Tuesday, January 09, 2007



Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

7 comments:

Naeno said...

Camões. Esta poesia encerra o que há de tudo no amor. Eu li os Luzíadas mas escolho esta poesia como sendo a obra prima do grande autor.

Um beijo

Naeno

Jonice said...

Este poema e a Nona Sinfonia de Beethoven andam de mãos dadas em meu coração. Não sei porque, mas é uma associação gostosa para mim.
Beijinhos

Elsa Sequeira said...

Teresinha!!!

Este poema é maravilhoso, adoro.o!!

beijinhos do coração!!!


:))

Mário Margaride said...

Bela homenagem a Camões, Teresa.
O grande...entre os grandes poetas, portugueses.

Beijinhos

Mário.

david santos said...

Olá, Teresa.
Bem escolhido, parabéns. Os Luzíadas é um dos livros que tenho sempre a meu lado, embora seja Cesário Verde o meu poeta de eleição.
Até sempre.

Anonymous said...

Adoro este poema e o que é espectacular é que nunca passa de época.

As coisas bonitas perduram.

Um beijinho

Alexandra Caracol

Manel Cunha Calado said...

fiquei sem palavras... mesmo...

parabéns pelo blog...

:)