Monday, January 18, 2010







Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda

8 comments:

Anonymous said...

Que lindo!!!
Amanda

Anonymous said...

Olá linda!
Belo poema do Pablo Neruda ilustrado com umas fotos invejáveis. Ao vê-las, comparei-as com o ciclo da nossa passagem pela terra.Mas já agora, que essa passagem seja, tal como diz o poema "Estejamos vivos".
Beijinhos grandes
Miuda

maresia said...

Olá querida Amiga Teresita!
Bastou ter aparecido um pouco de Sol hoje à tarde, para eu sentir em mim uma energia suplementar... imagina, em cima da que já tenho.
Vou transcrever aqui algumas frases do belo poema com que nos presenteias, para te lançar UM DESAFIO, agora que iniciamos uma nova década e que a Vida nos chama a virar uma página sempre em cada manhã que nasce...vamos lá:
"Desistir de um projecto sem o ter começado..."
Estejamos vivos, então!»
Com a tragédia que se abateu sobre o Haiti, deveríamos pensar duas vezes quando nos queixamos de uma pequena dor de cabeça.
Sabes como gosto de ter projectos na minha vida. E o teu qual é? Tu que tens um coração tão cheio... e tão grande, além de alimentares este belo espaço cibernáutico ao qual eu, noutros tempos não pensaria sequer conseguir aceder, gostaria de ter aqui TEXTOS ESCRITOS POR TI. Tens uma sensibilidade tão grande para captar belas imagens em fotografia, terás também para escrever; ou será que estou enganada? Não creio.
Vamos lá a começar com poucas linhas...Força. Todos vamos ajudar, penso eu. Já viste o que me fez um pouco de Sol, hoje? Filha do Mar e com um final de tarde tão bonito, é no que dá.
Abraço grande, dos nossos.

Anonymous said...

Nice to see some experimenting mom!

Espaço do João said...

Bela transcrição de Neruda. Também belas fotos das árvores secas, fez-me lembrar a nossa querida Palmira Bastos quando em pleno palco disse em voz alta e bom som. AS ÁRVORES MORREM DE PÉ...

Paula said...

Sempre adorei este maravilhoso poema de Pablo Neruda ele também figura no meu Be Happy e foi logo nas primeiras mensagens.
Adorei também estas fantásticas imagens, estão belíssimasssssss!!!!
Jinhos godos

gaivota said...

que espectáculo de fotos!
os cogumelos estão lindosssss
e este poema de neruda é fantástico!
parabéns, linda
beijinhos

Maria Pires said...

Lindo,e tão verdade tudo o que esse poema nos transmite,e preciso fazer algo por nos proprios senão e morrer aos poucos.Beijo grande.